San Pablo

San Pablo

Como estamos? Como vamos?
A foto e o filme do ecossistema

Autores

Bruno Rondani
Luiz Guillerme Antunez
Carla Depieri Colonna
Rafael Rocha Levy
Marco Antonio Petucco Junior

Tabla de contenidos

  • Agradecimentos
    Sumário executivo
    Apresentação do GEIAL

  • Marco conceitual e metodológico
    A abordagem sistêmica evolutiva do empreendedorismo nas cidades
    Metodologia

  • Status, progresso e ações prioritárias para o desenvolvimento
    O ecossistema de São Paulo
    Breve caracterização
    Condições para o empreendedorismo dinâmico em São Paulo (“foto”)

  • A evolução recente do ecossistema de São Paulo
    Há avanços no ecossistema?
    As forças motrizes do ecossistema e as condições para o empreendedorismo

  • Que áreas devem ser priorizadas em uma agenda de desenvolvimento de ecossistemas?

  • Condições para o surgimento de algumas atividades empreendedoras dica

  • Condições para o surgimento de empresas lideradas por mulheres em São Paulo
    Abordagem conceitual adotada neste estudo
    Condições para criação de empresas lideradas por mulheres em São Paulo

  • Condições para o surgimento e desenvolvimento de Empresas de Base Científico-Tecnológica (EBCTs) em São Paulo
    Definição e modelo conceitual para estudo das EBCTs
    Qual o estado das condições para a criação e desenvolvimento das EBCTs em São Paulo?

  • Condições para iniciativas de inovação corporativa com empreendedores
    Abordagem adotada neste estudo 
    Análise dos resultados. Existem condições para a inovação colaborativa?

  • Comentários finais

  • Referências

Resumen ejecutivo

São Paulo, a maior metrópole do Brasil, com uma população de mais de 22 milhões na região metropolitana, é um centro econômico diversificado que representa 36% da produção de bens e serviços do país, com um PIB de US$ 603,4 bilhões em 2022. A cidade abriga 63% das multinacionais do país, gerando mais de 35% da produção científica nacional, 40% das patentes e 70% do investimento em P&D. São Paulo lidera setores como fintechs, edtechs, autotechs e healthtechs, destacando-se pelo acesso a recursos financeiros e apoio institucional, com um robusto ecossistema de startups avaliado em US$ 113 bilhões. Possui uma forte presença universitária, com instituições renomadas como a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV), além de diversas aceleradoras e hubs de coworking que contribuem para seu desenvolvimento.

Com 63 pontos em 100 no Índice de Condições de Empreendedorismo em Cidades (ICEC- Prodem), São Paulo é descrita como um nível avançado em relação à maioria das cidades latino-americanas. Os aspectos mais favoráveis  incluem o Capital Humano Empreendedor (69 pontos), Cultura Empreendedora (66 pontos) Condições de Demanda (63 pontos) e Capital Social e Redes (62 pontos). Outras dimensões com potencial para fortalecimento são a Plataforma Científica e Tecnológica para a Inovação (57 pontos), o Capital Humano Empreendedor (55 pontos), o Financiamento (50 pontos) e a Formação Empreendedora (45 pontos).

A evolução recente do ecossistema de São Paulo é positiva, com 68 pontos em 100 no Índice de Progresso do Ecossistema (IPE-Prodem), ocupando a 7ª posição no ranking GEIAL Ecosystem Progress. A evidência mais sólida de evolução está nas iniciativas de inovação com startups (86 pontos) e empreendedores se reciclando em novas funções do ecossistema (78 pontos), além de progressos com investidores (75 pontos) e instituições e redes (67 pontos). Também houve avanços na confiança e colaboração (70 pontos) na articulação entre universidades, instituições de I+D e outros atores do ecossistema (66 pontos) e, em menor medida, na construção de uma visão compartilhada (55 pontos).

As organizações de apoio também avançaram significativamente, com novos serviços de apoio aos empreendedores e empresários (81 pontos) e maior especialização do apoio segundo verticais e tecnologias (82 pontos). Surgiram novas redes e comunidades de empreendedores jovens (74 pontos). Contudo, a dimensão Normas e Regulamentações ainda necessita de atenção, com sinais apenas incipientes de progresso (45 pontos).

Há um consenso sobre as áreas prioritárias para o desenvolvimento do ecossistema de São Paulo. Desenvolver e potencializar as políticas públicas de empreendedorismo buscando melhorar sua efetividade e qualidade (81%) é essencial. Impulsionar a formação empreendedora desde o sistema educativo (79%), simplificar as normas que afetam negativamente as empresas novas e jovens locais (79%) e promover ações para favorecer a confiança, articulação e trabalho conjunto dos atores do ecossistema (70%) são vistas como áreas críticas. Também são essenciais as ações para facilitar a vinculação entre atores locais e extra locais (68%), promover a atração de empreendedores de outros ecossistemas (57%) e fortalecer a oferta de serviços das organizações (53%). 

As condições para o surgimento do empreendedorismo liderado por mulheres situam-se num nível médio-baixo (25 pontos), ocupando a última posição no ranking de GEIAL. As mulheres têm um acesso relativamente mais igualitário ao ensino superior (37 pontos) porém não muito elevado, que a empregos qualificados (20 pontos) ou posições de liderança (18 pontos). Elas também enfrentam obstáculos relacionados às responsabilidades familiares (11 pontos), construção de redes de contato (6 pontos) e acesso ao financiamento (16 pontos). No entanto, há avanços na inclusão de perspectivas de gênero em programas públicos (61 pontos) e no reconhecimento de modelos de papel femininos (85 pontos).

Para as Empresas de Base Científico-Tecnológica (EBCTs), São Paulo apresenta uma pontuação de 40 pontos, indicando que a cidade apresenta condições básicas limitadas para converter o conhecimento científico tecnológico na criação de empresas. O ambiente geral para a criação de EBCTs tem uma pontuação de 37 pontos, com incentivos e apoios nas universidades bastante baixos (32 pontos). Há avanços nos novos programas públicos para EBCTs (68 pontos) e na articulação entre universidades e instituições de I+D com outros atores do ecossistema empreendedor (66 pontos). Contudo, há desafios na vinculação entre empreendedores de EBCTs e investidores privados que persistem (39 pontos).

São Paulo está bem posicionada entre os ecossistemas com melhores condições para iniciativas corporativas de inovação e colaboração com empreendimentos (69 pontos). A existência de novas iniciativas de inovação aberta com empreendimentos é um dos aspectos mais evidentes de progresso (86 pontos). Os principais atores do ecossistema avaliam favoravelmente o valor agregado dessas iniciativas tanto para as grandes e médias empresas (71 pontos) quanto para as novas empresas (66 pontos).

Para que essas atividades prosperem e se consolidem, é necessário trabalhar para garantir que estejam inseridas em um contexto empresarial mais inovador. A propensão das grandes e médias empresas para inovar (46 pontos) e o grau de conhecimento sobre inovação aberta (46 pontos) ainda têm espaço para melhoria. Fortalecer os laços entre novas empresas e empresas maiores através de organizações de apoio é crucial para promover uma cultura de inovação colaborativa e fortalecer o ecossistema como um todo.

Em resumo, o ecossistema empreendedor de São Paulo é um dos ecossistemas com o mais alto nível de desenvolvimento relativo entre as cidades latino-americanas com evidências suficientes de progresso na maioria das suas forças motrizes, permitindo otimismo em relação ao seu futuro. Concentrando esforços nas áreas de melhoria detectadas, São Paulo pode continuar a se posicionar como um dos principais pólos de empreendedorismo e inovação na América Latina.

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